segunda-feira, 24 de abril de 2017

Sobre o aniversário de Brasília

No dia 21/04, não tem como não lembrar dos famosos versos

"Dizia ele - Estou indo pra Brasília 
Nesse país lugar melhor não há".

Eu nutro uma relação de amor e ódio com essa cidade, como naqueles relacionamentos entre mãe e filha que são retratados em filmes e livros.
Eu odeio Brasília por ser uma cidade-bolha, e expulsar o povo pro entorno e manter as linhas certinhas de um lugar planejado em seus mínimos detalhes. Uma cidade-serviço público, cidade-happy hour até a 1h da manhã, cidade-dormitório em todos os feriados possíveis.

Mas eu amo Brasília e não tem explicação. 

Amo cada quadra sem esquina e cada lado que se olha e dá pra ver o horizonte.
Amo aquele céu azul, limpinho, sem nuvem alguma. E a lua que é sempre imensa lá no alto.
Amo cada milímetro da UnB, universidade que estudei e fiz os melhores amigos pra vida inteira, e as melhores histórias, e as melhores lutas.
Amo cada jamelão esmagado na calçada, cada cigarra que canta até morrer (ou morre de cantar) anunciando as chuvas raras.
Amo cada ipê ao longo da L2 e os poucos que sobraram na W3.
Amo cada bloco, cada quadra. Cada teoria sobre o formato de avião, libélula, borboleta...
Amo chegar no aeroporto e respirar umidade a 15%.
Amo cada recordação que tenho dos meus anos morando lá.
Amo cada retorno, brincando de boa filha que à casa torna.
Amo, simplesmente.

"E quem um dia irá dizer que existe razão pras coisas feitas pelo coração? E quem irá dizer que não existe razão?"

terça-feira, 11 de abril de 2017

11 de abril de 2014

Hoje abri, pela primeira vez, sozinha, o capô do meu carro. Olhei 'praquilo' tudo ali dentro, minuciosamente encaixado pra funcionar em perfeita simetria. Em contrapartida, as peças olharam pra mim e perceberam que eu não tinha a menor ideia do que estava fazendo. Pude vislumbrar um sorriso compadecido, à la Herbie e, então, pressenti um mundo novo de possibilidades, cuja pressa em me servirem de experiência está ultrapassando limites de velocidade. Medo de não saber fazer o certo. Medo de não saber fazer o certo e explodir alguma coisa. Déjà vu? Tive a mesma sensação quando saí de casa pela primeira vez. E na segunda também. Vai ser sempre assim, meio "Mundo de Sofia"? A cada carta aberta uma surpresa, um aprendizado, um medo diferente?

quinta-feira, 6 de abril de 2017

Hidroginástica

Dia 1

Quando a aula começou com "Sweet Dreams", COM MARILYN MANSON, eu tive certeza que deveria sair correndo dali. Não porque não gostasse da música. Aliás, adoro! Porém, não acham meio tenso um monte de velhinha frenética, chacoalhando os pezinhos dentro d'água, se equilibrando em macarrões de isopor colorido, com esse som? Eu achei! Não sei se é porque eu estava esperando algo mais próximo de Roberto Carl
os...
A coisa ficou pior quando eu percebi que todo mundo ali tinha o dobro da minha idade, mas era EU que não conseguia sair do lugar, nem tinha a menor destreza com o tal do macarrão.
Na metade da aula eu já não tinha fôlego e a professora gritava ACELERAAAAAA! As velhinhas frenéticas aceleravam o ritmo dos pezinhos dentro d'água e eu só conseguia pensar "WTF??? Isso não pode ficar assim!!" Tentava acompanhar. Daí, ganhava alguma vantagem porque, afinal de contas, eu ainda tenho metade da idade delas, mas não durava muito. Lá estava eu de novo boiando, querendo estar morta. Pedindo pras nereidas me levarem.
Na metade da aula eu já não tinha fôlego e a professora gritava ACELERAAAAAA! As velhinhas frenéticas aceleravam o ritmo dos pezinhos dentro d'água e eu só conseguia pensar "WTF??? Isso não pode ficar assim!!" Tentava acompanhar. Daí, ganhava alguma vantagem porque, afinal de contas, eu ainda tenho metade da idade delas, mas não durava muito. Lá estava eu de novo boiando, querendo estar morta. Pedindo pras nereidas me levarem.
Na metade da aula eu já não tinha fôlego e a professora gritava ACELERAAAAAA! As velhinhas frenéticas aceleravam o ritmo dos pezinhos dentro d'água e eu só conseguia pensar "WTF??? Isso não pode ficar assim!!" Tentava acompanhar. Daí, ganhava alguma vantagem porque, afinal de contas, eu ainda tenho metade da idade delas, mas não durava muito. Lá estava eu de novo boiando, querendo estar morta. Pedindo pras nereidas me levarem.
Na metade da aula eu já não tinha fôlego e a professora gritava ACELERAAAAAA! As velhinhas frenéticas aceleravam o ritmo dos pezinhos dentro d'água e eu só conseguia pensar "WTF??? Isso não pode ficar assim!!" Tentava acompanhar. Daí, ganhava alguma vantagem porque, afinal de contas, eu ainda tenho metade da idade delas, mas não durava muito. Lá estava eu de novo boiando, querendo estar morta. Pedindo pras nereidas me levarem.
Sobrevivi ao primeiro dia de aula.
Quando eu crescer, quero ser igual a elas



Dia 2


Tive avanços nas atividades e até fui elogiada pelas minhas coleguinhas septuagenárias.
Nota mental: não pode ser tão difícil pilotar um macarrão de isopor...