domingo, 7 de setembro de 2014

O rock gaúcho e eu (Devaneios de uma noite de domingo)...

"Amigo punk, escuta esse meu desabafo..."

 Vamos bater um papo? Puxa uma cadeira e senta aqui do meu ladinho. Como toda conversa informal e fluida, não prometo coerência do início ao fim, mas... pensando na música do início da nossa conversa, foi uma das primeiras do rock gaúcho, fora do mainstream nacional, que eu ouvi quando me mudei pra Passo Fundo. Aliás, das coisas que aprendi morando no Rio Grande do Sul: o rock gaúcho vai muito além do Cidadão Quem. E do Engenheiros do Hawaii. E do Nenhum de Nós. Algumas bandas como Cachorro Grande e Tequila Baby já fizeram shows em Brasília, mas não me lembro, na minha época de frequentar o Porão do Rock, no final do século XX e início do XXI, se elas chegaram a formar um grupo de fãs considerável. Enfim, a grande questão é que existem bandas muito boas, algumas antigas, outras mais novas, mas todas com um mesmo quê envolvente, sedutor, que me fizeram me apaixonar por várias delas. Um dos grandes aspectos que me fazem me apaixonar por uma música é a letra. Letra forte com rimas inteligentes.

  "Que danem-se os poetas, e os loucos desvairados, que rasgam os retratos pra esquecer."

 A música é uma forma de poesia que toca a alma, mesmo quando não se vê sentido no texto que conforma a letra dela. No entanto, eu preciso me apegar às palavras pra sentir segurança em uma música. É a questão da letra forte com rimas inteligentes. E acho que essa espécie de TOC musical tem grande ligação com a minha relação de amor e ódio com as palavras. Com a palavra escrita, mais precisamente. E algumas letras de música têm tanto efeito sobre mim que é quase como se elas me desnudassem e eu ficasse desprotegida, vendo todos os meus segredos serem revelados: uma confusão aqui, uma paixão que se tenta sufocar e bum! tudo revelado pra mim mesma. Que confusão! É a vida, né? Um filme com múltiplos gêneros e trilha sonora, que não toca na hora exata do acontecimento, mas que vem depois, quando pensamos cada detalhe, cada palavra que foi dita ou que poderia ter sido e não foi...

  "Eu preciso encontrar um lugar legal pra mim dançar e me escabelar. Tem que ter um som legal. Tem que ter gente legal. E ter cerveja barata"

 Um lugar do caralho! Por falar em confusão, às vezes a bagunça interna é tão grande que é exatamente disso que eu preciso: fugir pra algum lugar estranho, onde se possa chutar o balde, pra depois voltar à normalidade. Às vezes dá vontade de ir sozinha, às vezes acompanhada e nessa toada de altos e baixos vou tocando a vida por aqui nos pampas gaudérios.

  "Não sei se eu to certo ou se eu to errado, mas faço tudo o que eu digo e digo tudo que eu faço. Neste mundo eu sou eu, você é você. Faça tudo o que quiser porque também vou fazer"

terça-feira, 12 de agosto de 2014

Lágrimas...

Sempre fui chorona. Chorava por tudo, desde propaganda de banco com por do sol e música emocionante a filmes diversos. Chorava quando tava feliz, quando tava triste, quando tava nervosa, com raiva... Só que agora tenho experimentado uma espécie de estiagem em meu ser. É como se eu tivesse chorado tanto ao longo dos meus 20 e poucos anos que agora, quase chegando aos 30, a fonte secou. E o pior de tudo é que está me fazendo falta. Desce uma lágrima ou outra vendo filmes, mas isso não conta. O que eu queria mesmo era me debulhar chorando pra ver se essa angústia passa um pouco...

domingo, 10 de agosto de 2014

Das dificuldades do processo criativo

Já faz algum tempo eu venho brigando com o meu processo criativo. É uma relação de amor e ódio, de felicidade e tristeza, de flores e tapas, que se prolonga sem qualquer possibilidade de se solucionar. Explico. Sempre gostei muito de escrever e achava que tinha certa intimidade com as palavras, de modo que quando queria me expressar, o texto escrito era a minha válvula de escape. Eu tive um caderno de redações na infância, diários na adolescência e até mesmo esse blog, que funcionou até 2011, quando, ao que tudo indica, meu processo criativo começou a ter vida própria e entrou em greve. Desde então escrevi poucas coisas. Vez ou outra, surge uma ideia, então escrevo no caderno mais próximo, em páginas que se perdem na bagunça do meu dia-a-dia. Muitas vezes, são ideias que começam, mas não têm fim... O grande porém de toda essa história de horror é que agora, em reta final do mestrado, encontro-me no momento em que eu mais preciso da minha (aparentemente extinta) facilidade com as palavras, mas elas simplesmente não vêm. Vejo-me sentada à frente do computador, observando o cursor piscar na página em branco do editor de textos, mas as palavras não vêm. Pois bem, é chegada a hora de tomar uma decisão drástica. Reativo o blog na esperança de que se eu voltar aqui uma vez por semana, que seja, é possível que as palavras sintam saudade de mim, e voltem a fazer parte de quem sou, me ajudem a me expressar e a terminar a dissertação. Dedos cruzados!

sexta-feira, 8 de agosto de 2014

Vou tentar reativar... Será que eu consigo?