A grande novidade para os carros de 2010, pelo menos em Brasília, é que além de ter várias coisas desnecessárias para o bom funcionamento de um veículo, agora eles também terão um chip que manda informações ao DETRAN para impedir roubos, sequestros, clonagem, além de ajudar no trânisto. Agora eu me pergunto: não seria mais fácil melhorar o sistema de segurança do país? Implantar políticas sociais que realmente erradiquem a pobreza e a violência através da educação igualitária? A resposta para o governo parece ser NÃO!
Pois eu continuo. Milhões de reais serão gastos para a instalação desse treco dentro dos carros que já estão em circulação e nos que ainda virão e a previsão é que até 2014 todos os veículos já sejam monitorados. Garante-se, pelo menos teoricamente, a privacidade, mas na verdade essa é mais uma forma de cercear a liberdade das pessoas. Quando se tratar de um veículo “suspeito”, leia-se algum Movimento Social ou mesmo algum trabalhador morador de favela, vai ser muito fácil abordá-lo e cometer alguma atrocidade que depois será justificada na televisão como uma ação heróica da polícia.
Duvido também que darão algum direito de escolha para os donos dos carros decidirem se querem ou não um chip relatando onde vai; e duvido mais ainda que não serão cobrados nos impostos os gastos para instalação dele.
Enquanto isso, na sala da justiça, Fernando Collor recebe uma indenização por ter sido chamado de corrupto, policiais militares fazem suas manifestações e recebem quase que imediatamente suas demandas salariais sem serem reprimidos por outros policiais, o povo pobre está sendo assassinado nas favelas do Brasil a fora e nada é feito para modificar a situação. E nosso Excelentíssimo Senhor Presidente continua achando que o Brasil vai entrar pro grupo do primeiro mundo com a Copa em 2014 e as Olimpíadas de 2016.
Que beleza, hein!
Décimo terceiro sofrido
Há uma semana
Tava sabendo dessa do chip não.
ResponderExcluirBom, essa é a sociedade do carro blindado e do condomínio fechado.
Muito fácil viver de paliativo, ignorar as diferenças e os motivos dos problemas de segurança. Nem só o governo tem culpa, pois a própria sociedade parece não se interessar em reduzir as distâncias entre os seus estratos.
Acho que vamos ver isso em Brasília por muito tempo.