Já faz algum tempo eu venho brigando com o meu processo criativo. É uma relação de amor e ódio, de felicidade e tristeza, de flores e tapas, que se prolonga sem qualquer possibilidade de se solucionar.
Explico. Sempre gostei muito de escrever e achava que tinha certa intimidade com as palavras, de modo que quando queria me expressar, o texto escrito era a minha válvula de escape. Eu tive um caderno de redações na infância, diários na adolescência e até mesmo esse blog, que funcionou até 2011, quando, ao que tudo indica, meu processo criativo começou a ter vida própria e entrou em greve.
Desde então escrevi poucas coisas. Vez ou outra, surge uma ideia, então escrevo no caderno mais próximo, em páginas que se perdem na bagunça do meu dia-a-dia. Muitas vezes, são ideias que começam, mas não têm fim...
O grande porém de toda essa história de horror é que agora, em reta final do mestrado, encontro-me no momento em que eu mais preciso da minha (aparentemente extinta) facilidade com as palavras, mas elas simplesmente não vêm. Vejo-me sentada à frente do computador, observando o cursor piscar na página em branco do editor de textos, mas as palavras não vêm.
Pois bem, é chegada a hora de tomar uma decisão drástica. Reativo o blog na esperança de que se eu voltar aqui uma vez por semana, que seja, é possível que as palavras sintam saudade de mim, e voltem a fazer parte de quem sou, me ajudem a me expressar e a terminar a dissertação.
Dedos cruzados!